Já houve muitas tentativas de classificar as religiões mundiais em Orientais e Ocidentais. Consideram-se ocidentais, o Judaísmo, o Islã e o Cristianismo, enquanto as principais religiões orientais são, oHinduísmo, o Budismo, o Taoísmo e o Xintoísmo.
Quanto ao Cristianismo, já foi motivo de algum estudo em pesquisa anterior; estabeleçamos agora as semelhanças e/ou diferenças entre as religiões orientais e as ocidentais.
Visão histórica
Oriental: visão cíclica da história, isto é, a história se repete num ciclo eterno e o mundo dura de eternidade em eternidade.
Ocidental: visão linear da história, isto é, tem um começo e um fim; o mundo foi criado num certo ponto e um dia irá terminar.
Oriental: visão cíclica da história, isto é, a história se repete num ciclo eterno e o mundo dura de eternidade em eternidade.
Ocidental: visão linear da história, isto é, tem um começo e um fim; o mundo foi criado num certo ponto e um dia irá terminar.
Conceito de Deus
Oriental: o divino está presente em tudo. Ele se manifesta em muitas divindades (panteísmo), ou como uma força impessoal que permeia a tudo e a todos (panteísmo)
Ocidental: Deus é o criador; Ele é Todo-Poderoso e é único. O monoteísmo é tipicamente ocidental.
Oriental: o divino está presente em tudo. Ele se manifesta em muitas divindades (panteísmo), ou como uma força impessoal que permeia a tudo e a todos (panteísmo)
Ocidental: Deus é o criador; Ele é Todo-Poderoso e é único. O monoteísmo é tipicamente ocidental.
Noção de humanidade
Oriental: o homem pode alcançar a união com o Divino, mediante a iluminação súbita e o conhecimento.
Ocidental: há um abismo entre Deus e o ser humano, entre o Criador e a criatura. O grande pecado, é o homem desejar se transformar em Deus, em vez de se sujeitar à vontade de Deus.
Oriental: o homem pode alcançar a união com o Divino, mediante a iluminação súbita e o conhecimento.
Ocidental: há um abismo entre Deus e o ser humano, entre o Criador e a criatura. O grande pecado, é o homem desejar se transformar em Deus, em vez de se sujeitar à vontade de Deus.
Salvação
Oriental: a salvação é se libertar do eterno ciclo da reencarnação da alma e do curso da ação. A graça vem por meio de atos de sacrifício ou do conhecimento místico.
Ocidental: Deus redime o ser humano do pecado, julga e dá a punição. Existe a noção de vida após a morte, no céu ou no inferno.
Oriental: a salvação é se libertar do eterno ciclo da reencarnação da alma e do curso da ação. A graça vem por meio de atos de sacrifício ou do conhecimento místico.
Ocidental: Deus redime o ser humano do pecado, julga e dá a punição. Existe a noção de vida após a morte, no céu ou no inferno.
Ética
Oriental: os ideais são a passividade e a fuga do mundo.
Ocidental: o fiel é um instrumento da ação divina e deve obedecer à vontade de Deus, abandonando o pecado e a passividade diante do mal.
Oriental: os ideais são a passividade e a fuga do mundo.
Ocidental: o fiel é um instrumento da ação divina e deve obedecer à vontade de Deus, abandonando o pecado e a passividade diante do mal.
Culto
Oriental: meditação, sacrifício.
Ocidental: orar, pregar, louvar.
Oriental: meditação, sacrifício.
Ocidental: orar, pregar, louvar.
HINDUÍSMO
O Hinduísmo é uma religião da Índia, mas tem muitos adeptos também no Nepal, em Bangladesh e no Sri Lanka. Depois de muitos anos de domínio colonial britânico, em 1947 a Índia se tornou uma república independente; um Estado secular (não religioso), com uma constituição que garantia direitos iguais para todas denominações religiosas e proibia qualquer forma de discriminação baseada em religião, raça, casta ou sexo. Hoje cerca de 80% da população da Índia é hinduísta, 10% muçulmana e 4% cristã.
Embora o Budismo tenha se originado na Índia e sob esse aspecto possa ser considerado uma religião indiana, pouco resta do budismo na Índia de hoje; ele é mais difundido no Sri Lanka e no sudeste da Ásia, também tem uma longa e importante história na China, na Coréia e no Japão. Excluindo a China, estima-se que quase 200 milhões de pessoas professam a fé budista.
Outros países asiáticos dominados pelo Islã, são a Malásia e a Indonésia. Na Filipinas, país que permaneceu colônia espanhola até o final do século XIX, predomina o catolicismo romano (cerca de 80% da população).
O que é o Hinduísmo?
Diferentemente das outras religiões mundiais (budismo, cristianismo, Islã), o hinduísmo não tem fundador, nem credo fixo, nem organização de espécie alguma. Projeta-se como a religião eterna e se caracteriza por sua imensa diversidade e pela capacidade excepcional que vem demonstrando através da história, de abranger novos modos de pensamento e expressão religiosa.
Diferentemente das outras religiões mundiais (budismo, cristianismo, Islã), o hinduísmo não tem fundador, nem credo fixo, nem organização de espécie alguma. Projeta-se como a religião eterna e se caracteriza por sua imensa diversidade e pela capacidade excepcional que vem demonstrando através da história, de abranger novos modos de pensamento e expressão religiosa.
As raízes do hinduísmo, podem ser encontradas em algum ponto, entre o ano de 1500 a.C. e 200 a.C, quando os chamados arianos (isto é os nobres) começaram a subjugar o vale do Indo. As crenças dessas pessoas tinham ligação com outras religiões indo-européias, como a grega, a romana e a germânica. Sabemos disso, pelos chamados hinos védicos (da palavra Veda, ou seja conhecimento), que eram recitados por sacerdotes durante os sacrifícios a seus muitos deuses. O Livro dos Vedas, consiste em quatro coletâneas, das quais certas partes datam de cerca de 1500 a.C.
A época conhecida como período védico tardio, de 1000 a.C. até 500 a.C., marcou uma virada crucial no desenvolvimento religioso da Índia. Importância especial tiveram os Upanishads, que até hoje são os textos hinduístas mais lidos. Foram escritos sob a forma de conversas entre mestre e discípulo, e introduzem a força espiritual essencial em que se baseia todo o universo. Todos os seres vivos nasceram do Brahman, vivem no Brahman e ao morrer retornam ao Brahman.
O hinduísmo moderno compreende uma grande variedade de idéias e formas de culto. Será que os hinduístas têm alguma coisa em comum? Uma boa definição seria: as castas, as vacas e o carma.
Todas as sociedades têm várias formas de distinção e estratificação em classes, mas é difícil encontrar um país onde isso tenha sido praticado tão sistematicamente quanto na Índia. Desde os tempos antigos, sempre houve quatro classes sociais (a palavra sânscrita empregada é varna, que significa cor) :
- Sacerdotes (brâmanes)
- Guerreiros
- Agricultores, comerciantes e artesãos
- Servos
O termo usado para casta, na Índia, é jati, que significa nascimento ou tipo, e se associa à profissões especiais. Cada casta, tem suas próprias regras de conduta e de prática religiosa, que determinam com quem a pessoa pode casar, o que pode comer, à quem pode se associar e que trabalho pode realizar. Para um brâmane, tudo o que tem a ver com as coisas corporais ou materiais, é impuro. Se ele se tornou impuro como resultado do nascimento (resultado de envolvimento com casta inferior) da morte ou do sexo, há diversas maneiras pelas quais ele pode se purificar. O método tradicional mais conhecido de purificação utiliza a água de um dos muitos rios sagrados da Índia, como o Gânges.
A vaca é um animal sagrado na Índia e é adorada durante certas festas religiosas. Isso se relaciona com um antigo culto da fertilidade; nos Vedas, há hinos à vaca, pois ela supre tudo o que é necessário para sustentar a vida; a vaca se tornou um símbolo da vida e não é permitido matá-la.
Um conceito-chave na filosofia dos Upanishads é que o homem tem uma alma imortal. Ela não envelhece quando você envelhece, ela não morre, quando você morre. Um hinduísta acredita que, depois da morte de um indivíduo, sua alma renasce numa nova criatura vivente, podendo renascer numa casta mais alta ou mais baixa, ou pode passar a habitar um animal. Há uma ordem inexorável nesse ciclo que vai de uma existência à outra, é o Carma do homem, palavra sânscrita que significa ato, e se refere a pensamentos, palavras e sentimentos, não apenas em ações físicas. O Hinduísmo não reconhece nem aceita nenhum destino cego, a responsabilidade pelo tipo de vida é sempre do homem, pois ele colherá sempre o que semeou, e automaticamente a transmigração está sujeita à lei da causa e efeito.
BUDISMO
O fundador do Budismo, foi o filho de um rajá, Sidarta Gautama (560 - 480 a.C), que viveu no nordeste da Índia. Sobre sua vida há várias histórias, mais ou menos lendárias, mas os pontos de maior destaque são os seguintes:
Príncipe Sidarta
O Príncipe Sidarta, cresceu no seio da fortuna e do luxo. O rajá ouvira uma profecia de que seu filho, ou se tornaria um poderoso governante ou tomaria o caminho oposto e abandonaria o mundo por completo. Esta última opção aconteceria se lhe fosse permitido testemunhar as carências e o sofrimento do mundo. Para evitar que isso ocorresse, o rajá tentou proteger o filho contra o mundo que ficava além das muralhas do palácio, ao mesmo tempo que o cercava de delícias e diversões. Ainda jovem, Sidarta se casou com sua prima e mantinha também um harém de lindas dançarinas.
O Príncipe Sidarta, cresceu no seio da fortuna e do luxo. O rajá ouvira uma profecia de que seu filho, ou se tornaria um poderoso governante ou tomaria o caminho oposto e abandonaria o mundo por completo. Esta última opção aconteceria se lhe fosse permitido testemunhar as carências e o sofrimento do mundo. Para evitar que isso ocorresse, o rajá tentou proteger o filho contra o mundo que ficava além das muralhas do palácio, ao mesmo tempo que o cercava de delícias e diversões. Ainda jovem, Sidarta se casou com sua prima e mantinha também um harém de lindas dançarinas.
A Virada
Aos 29 anos, Sidarta experimentou algo que haveria de ser o ponto crucial de sua vida. Apesar da proibição do pai, ele se arriscou a sair do palácio e viu, pela primeira vez, um velho, um homem doente e um cadáver em decomposição. Entretanto depois dessas impressões desanimadoras, avistou um asceta com a expressão radiante de alegria. Percebeu então, que uma vida de riqueza e prazer é uma existência vazia e sem sentido. E se perguntou: haverá alguma coisa que transcenda a velhice, a doença e a morte? Sidarta também se sentiu tomado por uma grande compaixão pela humanidade, voltou ao palácio e na mesma noite, renunciou à sua agradável vida de príncipe. Sem se despedir, abandonou esposa e filho, e partiu para uma vida de andarilho.
Aos 29 anos, Sidarta experimentou algo que haveria de ser o ponto crucial de sua vida. Apesar da proibição do pai, ele se arriscou a sair do palácio e viu, pela primeira vez, um velho, um homem doente e um cadáver em decomposição. Entretanto depois dessas impressões desanimadoras, avistou um asceta com a expressão radiante de alegria. Percebeu então, que uma vida de riqueza e prazer é uma existência vazia e sem sentido. E se perguntou: haverá alguma coisa que transcenda a velhice, a doença e a morte? Sidarta também se sentiu tomado por uma grande compaixão pela humanidade, voltou ao palácio e na mesma noite, renunciou à sua agradável vida de príncipe. Sem se despedir, abandonou esposa e filho, e partiu para uma vida de andarilho.
A Iluminação
As narrativas relatam que Sidarta, depois de uma vida de abundância, passou para o extremo oposto: os exercícios ascéticos. Obrigou-se a comer cada vez menos, até que finalmente, segundo a lenda, conseguia sobreviver com um único grão de arroz por dia. Dessa maneira ele esperava dominar o sofrimento; mas nem os exercícios de ascetismo, nem a ioga lhe deram o que procurava. Assim, ele adotou ocaminho do meio, buscando a salvação por meio da meditação. E aos 35 anos, após seis anos de vida ascética, alcançou a iluminação (bodhi), enquanto estava sentado em meditação sob uma figueira, à margem de um afluente do rio Gânges. Sidarta agora se transforma num Buda, ou seja, um iluminado: alcançou a percepção de que todo o sofrimento do mundo é causado pelo desejo. É apenas suprimindo o desejo que podemos escapar de outras encarnações. No budismo isto se chama nirvana. Ele contemplou o mundo com um olhar de Buda e decidiu abrir o portão da eternidade para aqueles que o quisessem ouvir. O Buda decidira se tornar um guia dos seres humanos.
As narrativas relatam que Sidarta, depois de uma vida de abundância, passou para o extremo oposto: os exercícios ascéticos. Obrigou-se a comer cada vez menos, até que finalmente, segundo a lenda, conseguia sobreviver com um único grão de arroz por dia. Dessa maneira ele esperava dominar o sofrimento; mas nem os exercícios de ascetismo, nem a ioga lhe deram o que procurava. Assim, ele adotou ocaminho do meio, buscando a salvação por meio da meditação. E aos 35 anos, após seis anos de vida ascética, alcançou a iluminação (bodhi), enquanto estava sentado em meditação sob uma figueira, à margem de um afluente do rio Gânges. Sidarta agora se transforma num Buda, ou seja, um iluminado: alcançou a percepção de que todo o sofrimento do mundo é causado pelo desejo. É apenas suprimindo o desejo que podemos escapar de outras encarnações. No budismo isto se chama nirvana. Ele contemplou o mundo com um olhar de Buda e decidiu abrir o portão da eternidade para aqueles que o quisessem ouvir. O Buda decidira se tornar um guia dos seres humanos.
Benares, já naquela época era um centro religioso. Ali, Buda deu sua primeira palestra - o famoso Sermão de Benares, que contém os elementos mais importantes de seus ensinamentos. As rodas da instrução tinham sido postas em movimento.
Desde o início os seguidores de Buda se dividiram em dois grupos; os leigos e os monges, cada um com seus próprios deveres.
Para Buda, um ponto de partida óbvio é que o ser humano é regulado por uma série de renascimentos em que todas as ações têm conseqüências; o princípio propulsor por trás do ciclo nascimento-morte-renascimento, são os pensamentos do homem, suas palavras e seus atos (carma). Podemos sentir que nosso passado nos alcançou. É essa mesma idéia que percorre o Hinduísmo e o Budismo, onde vêm essa relação como algo estritamente regulado - e que se estende de uma vida à outra. O tipo de vida em que o indivíduo vai renascer, depende de suas ações em vidas anteriores; não existe destino cego, portanto é tão impossível ao ser humano fugir do seu carma, quanto escapar de sua própria sombra. Enquanto o ser humano tiver um carma a cumprir, ele estará fadado a renascer.
Com base na própria experiência, Buda acreditava que o homem deve evitar os extremos da vida. Não se deve viver, nem no prazer extravagante, nem na autonegação exagerada. Ambos os extremos acorrentam o homem ao mundo, e assim, à roda da vida, o caminho para dar fim ao sofrimento é o caminho do meio, e Buda o descreveu em oito partes:
- Perfeita compreensão
- Perfeita aspiração
- Perfeita fala
- Perfeita conduta
- Perfeito meio de subsistência
- Perfeito esforço
- Perfeita atenção
- Perfeita contemplação
- Não fazer mal à nenhuma criatura viva
- Não tomar aquilo que não lhe foi dado (não roubar)
- Não se comportar de modo irresponsável nos prazeres sensuais
- Não falar falsidades
- Não se entorpecer com álcool ou drogas
Outras regras mais estritas
Alguns leigos se submetem a uma disciplina mais restrita, com o fito de apressar a sua iluminação seguindo as mesmas regras que se aplicam aos monges e monjas; neste caso as cinco regras passam a incluir, por exemplo, a abstinência sexual (celibato). Aí somam-se outras cinco regras:
Alguns leigos se submetem a uma disciplina mais restrita, com o fito de apressar a sua iluminação seguindo as mesmas regras que se aplicam aos monges e monjas; neste caso as cinco regras passam a incluir, por exemplo, a abstinência sexual (celibato). Aí somam-se outras cinco regras:
- Não comer em horas proibidas (por exemplo, após o meio-dia)
- Afastar-se de todos os divertimentos mundanos
- Abdicar de todos os luxos (como jóias, perfumes, etc..)
- Não dormir numa cama macia nem larga
- Não aceitar nem possuir ouro, prata ou dinheiro
TAOÍSMO
O Taoísmo se baseia num livro chamado Tao Te Ching , o livro do Tao e do Te. Tao (ordem do mundo) e Te (força vital) são antigos conceitos chineses, aos quais Confúcio deu uma interpretação um pouco diferente.
O Tao Te Ching, é um livrinho de apenas 20 ou 25 páginas, dividido em 81 capítulos. Ninguém sabe ao certo quem o escreveu, mas diz a lenda que foi o filósofo Lao-Tsé, que viveu no século VI a.C., tendo sido mais ou menos contemporâneo de Confúcio. As histórias sobre a vida de Lao-Tsé são muitas e variadas, e os historiadores não têm certeza sequer se ele de fato existiu. Feita esta advertência, a seguir, vamos nos referir à Lao-Tsé como o autor do Tao Te Ching.
TAO - O Grande Princípio
Para Confúcio, o Tao era a suprema ordem do universo, que o homem tinha que seguir. Lao-Tsé, também concebia o Tao como a harmonia do mundo, especialmente do mundo natural. Só que ele foi mais além: o Tao é a verdadeira base da qual todas as coisas são criadas, ou da qual elas jorram. Várias vezes o Tao é descrito como o Céu, isto é, como algo divino, embora não seja um deus pessoal.
Para Confúcio, o Tao era a suprema ordem do universo, que o homem tinha que seguir. Lao-Tsé, também concebia o Tao como a harmonia do mundo, especialmente do mundo natural. Só que ele foi mais além: o Tao é a verdadeira base da qual todas as coisas são criadas, ou da qual elas jorram. Várias vezes o Tao é descrito como o Céu, isto é, como algo divino, embora não seja um deus pessoal.
A diferença mais importante entre a concepção de Lao-Tsé sobre o Tao e as outras, é que Lao-Tsé acreditava ser impossível descrever o Tao de maneira direta e racional. O Tao que pode ser descrito, não é o Tao real, disse ele Isso significa que o homem não pode investigar ou estudar a verdadeira natureza do Tao, não pode usar o intelecto para compreendê-lo. Ele deve meditar, imerso numa tranqüilidade sem nexos e esquecer todos os seus pensamentos a respeito de coisas externas, como o lucro e o progresso na vida. Só então irá alcançar a união com o Tao e será preenchido pelo Te, a força vital.
O Taoísmo implica passividade e não atividade. Para um sábio taoísta, a ação mais importante é a não-ação. Isso obviamente tem uma grande influência em sua visão comunitária. Enquanto Confúcio desejava educar o homem por meio do conhecimento, Lao-Tsé preferia que as pessoas permanecessem ingênuas e simples, como crianças. Enquanto Confúcio ansiava por regras e sistemas fixos na política, Lao-Tsé acreditava que o homem deveria interferir o mínimo possível no desdobramento natural dos fatos. Confúcio queria uma administração bem ordenada, mas Lao-Tsé acreditava que qualquer administração é má. Quanto mais leis e mandamentos existirem, mais bandidos e ladrões haverá, diz o Tao Te Ching.
O líder, devia ser um filósofo, e sua única tarefa era que sua passividade e seu distanciamento servissem de exemplo para os outros.
A caridade ativa não faz sentido para um taoísta. Mas ele tem uma boa vontade sem limites com todos os outros, sejam eles bons ou maus.
Alguns discípulos de Lao-Tsé direcionaram o misticismo natural para aspectos mais mágicos. Foram esses elementos de magia que encontraram maior ressonância entre as massas, ao se incorporarem às crendices e feitiçarias de tempos antigos. Por exemplo, Lao-Tsé acreditava que quando um indivíduo permanece passivo, preserva sua força vital por longo tempo, mantendo-a saudável e pura. Mais tarde, algumas pessoas começaram a interpretar essa idéia como a possibilidade de alcançar uma longevidade cada vez maior, e passaram a se interessar em se tornar imortais. Filósofos taoístas, além de meditar, exercitavam práticas mágicas e tentavam descobrir o Elixir da Vida Eterna.
Lado a lado com o taoísmo filosófico, foi se desenvolvendo uma religião popular, baseada em Lao-Tsé, mas que também tinha seus próprios deuses, templos, sacerdotes e monges . Havia rituais complexos, em parte inspirados pela prática budista, com procissões, oferendas de alimentos aos deuses e cerimônias em honra dos vivos e dos mortos.
XINTOÍSMO
No Japão, a antiga religião nacional é o xintoísmo. A partir de 500 d.C., o xintoísmo enfrentou dura competição com o Budismo, e as duas religiões acabaram por influenciar uma à outra. Não é raro, no Japão, o uso alternado de várias religiões. Uma criança pode ser abençoada pelos deuses num ritual xintoísta e ser enterrada num ritual budista. O casamento pode se realizar numa igreja cristã. Essa mistura de religiões, encontrou expressão modernamente numa série de novas seitas, cultos e comunidades religiosas, o que levou o Japão moderno a ser chamado de Laboratório Religioso.Diferentemente do Cristianismo e do Islã, o Xintoísmo não tem um fundador. É tipicamente uma religião nacional, que ao longo dos séculos adotou tradições de várias outras religiosidades. Ela não conta com nenhum credo ou código de ética expressamente formulado. A essência do xintoísmo são a cerimônia e o ritual, que mantêm contato Dom o divino.
Costuma-se dizer que o xintoísmo possui diversos milhões de deuses ou kamis, que se manifestam sob a forma de árvores, montanhas, rios animais e seres humanos. Só que a palavra kami também pode ser traduzida como espírito. O culto aos espíritos naturais e ancestrais sempre foi fundamental para o xintoísmo, desde os dias em que o Japão ainda era uma sociedade agrária. O culto aos antepassados se difundiu particularmente sob a influência do Confucionismo Chinês.
No princípio, segundo a mitologia japonesa, um casal divino, Izanagui e Izanami, desceu do céu e gerou as filhas japonesas, depois o resto do mundo e tudo que há nele, e por último uma série de deuses, os kamis. Destes, o mais importante era a deusa do sol, Amaterasu. Os outros kamis, se estabeleceram na terra e conceberam os primeiros seres humanos. Mas a sociedade humana precisava de ordem e comando, e por isso o neto de Amaterasu foi enviado à terra. Um de seus descendentes se tornou o primeiro imperador do Japão. Assim, todos os japoneses têm origem divina, mas em especial o imperador, que é descendente da própria deusa do sol.
Aos poucos foi ocorrendo uma mudança: em vez de adorar os kamis do falecido imperador, passou-se a adorar o próprio imperador. Ele era uma kami vivo.
A origem do culto ao imperador se explica , em parte, pelas condições políticas do século passado. O Japão estava ameaçado pelo expansionismo ocidental e sentiu a necessidade de reforçar no povo o caráter nacionalista. As mesmo tempo, a autoridade do imperador tinha sido solapada por líderes militares, os xoguns, que detinham o poder.
Em 1867, um golpe de Estado, deu ao imperador Meiji, o controle do país; ele iniciou então uma renovação política e religiosa. O xintoísmo, se tornou a religião estatal, ao passo que templos budistas foram derrubados e vários elementos budistas foram expurgados da cultura xintoísta.
A religião ficou então totalmente vinculada ao nacionalismo. Um exemplo: o xintoísmo era a ideologia dos pilotos suicidas japoneses (Kamikaze quer dizer vento divino). Cada soldado que morria nas guerras era imediatamente transformado num kami, e em sua honra se realizavam cerimônias nos templos xintoístas.
O culto é observado tanto no lar como nos templos, dos quais há cerca de 20 mil; Antes administrados pelo governo imperial, os templos são hoje organizados em associações, com líderes eleitos pelo voto.
O Templo xintoísta não é um local de pregações. É a morada de um kami, o lugar onde este é cultuado segundo certos rituais prescritos.
Originalmente, as cerimônias eram realizadas pelo chefe da família ou do clã; num nível mais alto da escala social, por um príncipe ou pelo próprio imperador. Esse sacerdócio hereditário foi abolido quando o imperador elevou o xintoísmo condição de religião estatal e transformou os sacerdotes, em funcionários públicos.
Hoje, os sacerdotes em tempo integral ou parcial são nomeados pela organização dos templos. A maioria deles é casada e tem também um emprego secular. Após a guerra, as mulheres passaram a ser elegíveis para o sacerdócio.
Bibliografia:
O LIVRO DAS RELIGIÕES
Victor Hellern, Henry Notaker e Jostein Gaarder
O LIVRO DAS RELIGIÕES
Victor Hellern, Henry Notaker e Jostein Gaarder